pálidos segredos
guardados em estádios
ou em torres
ficaram vácuos enormes
de saudade e de tristeza
até o mar sempre salgado
chora lágrimas adocicadas
Viver é fácil. Conviver que é difícil.
Sempre que cai uma folha morta
Nasce um poema.
A brisa balança
Com tanta leveza os galhos
Que o silêncio parece agudo.
O inverno antes de ir embora
Derruba todas as folhas
Da castanheira plantada
Na porta da casa velha.
O tronco sozinho
Espera a primavera.
Mais uma folha cai suavemente
E nasce mais um poema.
Adélia Prado tem toda razão