o rio em silêncio
sem partitura e sem ternura
qual semente jogada na terra
sabe que a vida continua longa
apesar do seu caminho de pedras
e das obras das mãos humanas
assolarem o seu leito de areia.
o rio que já foi doce
hoje desce a passos largos
feito mistério não revelado
entre frestas de sol e folhas mortas
sem as asas dos pássaros azuis
e a silhueta dos rastros dos peixes vivos.
o rio que já foi caminho curto
dos índios e dos escravos
hoje de suas águas escuras e poluídas
surgem vozes agudas e tristes
e de suas cachoeiras exalam solidão
de nuvens cinzas e pétalas em pranto
até o seu encontro com o mar.
14 de outubro de 2011
As vozes do rio
Postado por
Mauro Lúcio de Paula
às
10:19
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