quem lavra a terra seca
mendigará no verão
e não colherá coisa alguma
o que separa o grão da casca
não é o tamanho do pilão
mas a força que é empregada
não são as asas nem o vento
que levam a abelha ao mel
mas o desejo em construir a casa
Viver é fácil. Conviver que é difícil.
quem lavra a terra seca
mendigará no verão
e não colherá coisa alguma
Meu país era só uma bandeira
Carregada por uma mulher
Guerreira, vaidosa e solitária.
Meu país é muito grande
Mas ficou minúsculo
No Ninho de Pássaros.
Meu país é só um país
E nada mais que isso.
A minha homenagem aos nossos atletas que foram às Olimpíadas de Pequim. O que realmente ficou claro para nós simples mortais e torcedores, a falta de incentivo, de patrocínio e de estrutura. Atletas, não; heróis e eternos sobreviventes!
No ninho de pássaros,
nas madrugadas frias,
Pousaram lindos sonhos.
O tempo é como o mar
faz as suas ondas.
O tempo é insistente sim!
Como o mar é um vai-e-vem sem fim.
O tempo passa, é verdade!
Mas vai deixando tantas saudades!
O tempo é como uma travessa criança
que tem suas brincadeiras sem graça
Como por exemplo,
consome o melhor dos nossos dias
para depois fazer-nos lembrar
daquele momento tão distante
em que tivemos tantas alegrias.
Por que, tempo passado,
insiste tanto em ser malvado?
A minha mulher
Vigia os meus passos.
Os meus filhos
Cobram fúteis necessidades.
À minha espreita
Todos os dias
Ficam os versos
Cheios de palavras.
Talvez, quem sabe,
Um dia acordo livre
Sem esse sofrimento
Que é só meu
Escrever uma poesia diuturnamente.