25 de junho de 2008

Sertão de dentro

Quero fazer a minha homenagem ao sertanejo mineiro das Gerais, que se estivesse ainda aqui conosco, estaria fazendo 100 anos (27 de junho de 1908): "Desde o raiar da aurora, o sertão tonteia." ( João Guimarães Rosa – Grande Sertão: Veredas).















Não há nada tão
Grande quanto o sertão
Que esconde dentro
De cada pessoa
Pequena diante
Das veredas decantadas
Pelo joão-quase-rosa,
Mas que era e é: Guimarães.


Não é à toa que Cordisburgo
É a terra do coração
Não o coração de fora,
Mas o coração de dentro
De toda gente que
Olha a vegetação do
Sertão do sertanejo
Das Gerais.

24 de junho de 2008

haicais

















23 de junho de 2008

As histórias














Antes mesmo
De aprender a ler
Sabia contar histórias
Algumas inventadas
Outras repetidas
Pela dona Cora
Uma fada madrinha
Que sabia
Todas as histórias
Dos mundos
Visível e invisível.

20 de junho de 2008

Pra sempre


Lembranças
Não são
Pétalas
Apanhadas
Na primavera.
Se
Guardadas,
Murcham antes
Do verão
Chegar.
As lembranças
Permanecem
Em todas as estações.
E ficam
Pra sempre.

Pra sempre

Lembranças
Não são
Pétalas
Apanhadas
Na primavera.
Se
Guardadas,
Murcham antes
Do verão
Chegar.
As lembranças
Permanecem
Em todas as estações.
E ficam
Pra sempre.

18 de junho de 2008

haicais















































17 de junho de 2008

haicais







































13 de junho de 2008

haicais











































11 de junho de 2008

haicais



























9 de junho de 2008

Poemas são assim

Ninguém sangra
por repartir o que sabe
Nem pode ficar indivisível
por isso temos duas mãos
para receber e para dar.
Para quem pensa assim
nunca será tarde e nada será longe.
Os meus poemas são assim:
caminhos que vão e estradas que vêm.

7 de junho de 2008

Minhas escolhas


Vivi no tempo
Em que a morte
Era encomendada
Por uma barra
De ouro
Ou um pedaço de terra.

É por isso que hoje me afasto
De tudo que faz mal.

Quero escolher
As palavras
Como quem cata flores
Num jardim.

Garimpar as vogais
Para tirar a doçura
Das consoantes
E dos versos curtos.

4 de junho de 2008

A bailarina

À minha filha Marjorie Veríssimo pelo seu natalício















Pai é mesmo assim
Está sempre
Entre a cruz e a espada
Porque sabe,
Um dia,
A sapatilha cor rosa
Da sua bailarina
Vai criar asas
E voar.
E agora
Eu não sei
Se cuido do jardim
Ou se olho para o céu.

3 de junho de 2008

Minha fala














Tenho saudades
Do mar capixaba
Das lindas tardes
À beira do pantanal
Das noites frias
Nas calçadas
Do bairro Bexiga
Porque não teria
Saudades do Rio Doce
Do Colégio Libermann
Da rua da Pedreira
Do lado direito.
Do sino da igreja
Badalando para a morte
Ou repicando para a celebração.
A poesia é minha fala
E a saudade é o meu mundo.

2 de junho de 2008

haicais