28 de outubro de 2009

haicais

Uma viagem pelo nosso cerrado brasileiro para mostrar a diversidade da sua flora.

os ipês começam a florir
no final do inverno,
primeiro, os rosas... e depois...

... depois vêm os amarelos
fazendo um lindo tapete
na calçada da rua

haicais

Uma viagem pelo nosso cerrado brasileiro para mostrar a diversidade da sua flora.

tem um porte alto
floresce no meio do ano
é assim a cega-machado

a cega-machado no cerrado
é conhecida também
como
Rouxinha ou Pau-de-rosas

haicais

A Biodiversidade é uma das propriedades fundamentais da natureza, responsável pelo equilíbrio e estabilidade dos ecossistemas. Uma viagem pelo nosso cerrado brasileiro para mostrar a diversidade da sua flora.

a primavera chega
trazendo a borboleta
com sua marca peculiar


no cerrado brasileiro
cada flor tem sua cor
e seu perfume especial

haicais

A Biodiversidade é uma das propriedades fundamentais da natureza, responsável pelo equilíbrio e estabilidade dos ecossistemas. Uma viagem pelo nosso cerrado brasileiro para mostrar a diversidade da sua flora.

a caliandra rosa
é a flor símbolo
do cerrado brasileiro

a flor da caliandra
é tão delicada
que à noite se fecha

Porto seguro

















A noite pode esconder
Os meus lábios feridos
Pela falta dos teus beijos.
Mas não pode aliviar
A dor que sinto no peito.

As minhas pálpebras
Ainda guardam em pouco
Da escuridão da noite
Que passei longe dos teus olhos.

A minha boca ainda sente
O gosto das águas dos mares
Que naveguei
Para encontrar o teu porto seguro.

A minha vida não é nada
Sem as partidas do teu coração
No meu peito.

27 de outubro de 2009

O coração da minha mãe

















Na minha casa

A mesa estava
Sempre posta.
Não faltava
A toalha de algodão
O prato de louça
O copo de vidro
A água fresca do filtro de barro.

Tudo era tão farto
Quanto o sol da manhã
Que surgia atrás do morro.

Tudo feito com esmero
Carinho e capricho
Parecia os anjos
Guardando o menino Jesus
No presépio da igreja
No final do ano.

Não faltava nada.
Tudo no seu devido lugar
Ocupando o espaço e o tempo
Das excelências
Em saber receber as visitas
E os agregados
(mensageiros dos melhores presságios).

A casa era grande, muito grande
Mas o coração da minha mãe
Maior, muito maior.

23 de outubro de 2009

As dobras do vento

Dedico à minha prima Vânia Veríssimo (que outro nome não pode ter)






















Ah, a vida é assim mesmo!

É preciso saber decifrar sempre.

Manter-se sereno.
Guardar segredos.
E reunir saberes.

As dobras do vento
Não posso negar,
Levam as palavras,
Os cheiros e as plumas.
Mas não carregam as lembranças.

Por isso não preciso de muito...
A poesia não me basta

Não me preenche
Nem me absorve.
As minhas ausências
E as minhas andanças
Fizeram-me girassóis
Que nos campos abertos
Precisam de água, ar
E muito sol.


Hoje, procuro nas incertezas

Desses tempos tardios,
Guardar a sua face serena, bela
E morena.
Como quem guarda, em livros,
Uma folha de trevo envelhecida.
E é nesse livro que escrevo
A minha história de vida
E de saudades.

21 de outubro de 2009

Uma vitória

Minha homenagem a Mazza Edições pelos 28 anos de existência e o meu tributo à Maria Mazarello Rodrigues, proprietária e dona da própria história de vida.


Quanto de olhares e de negros
Há aqui nesta noite!

Quanto de gritos e de dor
Há aqui neste instante!

Quanto de solidão e de vigília
Há aqui nestes números!

O brilho vem do suor
Que cobre a pele
E vem das estrelas
Que acalentaram os ancestrais.

A glória veio da luta
Sol a sol
E dos sonhos
Que não puderam
Ser realizados nesta noite
E se perderam no silêncio do tempo.

Vitórias não foram tantas assim
Porque a vida
Ainda não chegou ao fim.

20 de outubro de 2009

A vida é só isso





Eu não guardo nada
Na minha poesia.

Apenas procuro preservar
Um pouco dos sonhos,
Do amor, da paixão,
Da ilusão, da solidão,
Da dor e da amizade.

A vida é só isso.
O resto é vã filosofia
Que não vale a pena
Correr atrás ou ficar pensando.

15 de outubro de 2009

Ainda sinto falta

minha mãe morreu
quando eu menos precisava
de sua companhia
e ainda hoje,
tanto tempo depois,
ainda sinto sua falta.

mãe deveria ser igual
ao nosso dedo anelar
tem pouco precisão,
principalmente nos dias de hoje,
mas mesmo assim
faz muita falta.

14 de outubro de 2009

Passagem
























É preciso aprender

Que a vida é uma passagem
Que, um dia, terá um fim (destino)
E no meio do caminho
Há uma pedra, uma pedra.
No meio do caminho uma pedra.

O que nunca acaba mesmo

É o amor que se leva no coração.

O resto, com certeza, passa!

13 de outubro de 2009

A têmpera e o tempo

à poetisa Sílvia Rubião Resende



















Das montanhas de Minas
extrai-se o manganês
para apurar o ferro
e separar o aço.
O fogo e o ar fazem a têmpera.

Das entranhas da terra
brotam as águas cristalinas
que correm para o mar.
Mas é no coração das gentes mineiras
que oxida a palavra indecifrável,
o verso quase garimpado
e o poema há muito tempo guardado.

A chuva não interrompe.
O sol escaldante não paralisa
e o tempo não esconde.
Porque o poeta é a brisa ao amanhecer,
o brilho e a luz ao entardecer.

24/8/2005

Aprendi mais


já ganhei muitas batalhas
com soldadinhos de chumbo.

já salvei muitas donzelas
de seus ferozes algozes.

já persegui tantas borboletas brancas
por campos, vales e planícies.

perguntam-me: o que tudo isto lhe ensinou?
e eu respondo: não sei precisar,
mas valeu mais do que mil conselhos.

a vida é apenas luta, gentileza e ilusão.

9 de outubro de 2009

Sem véspera


A solidão não é nada mais
que um dia sem véspera
e sem perspectiva de futuro.

É apenas um banco vazio no jardim.

7 de outubro de 2009

A vida ainda pulsa

Para a Rosane Campos Vieira

Os mares podem ter
águas muito profundas.
Mas a fé que os homens
nutrem em seus corações
faz a alma atravessar tempestades
e chegar em porto seguro.

A noite por mais escura
que possa parecer não impede
o sol acordar o dia seguinte.
As nuvens podem esconder a lua
por muito tempo.
Mas não podem esconder
seu brilho a vida toda.

A vida ainda pulsa
no seu coração.

6 de outubro de 2009

Nunca feche os olhos

Para o Leonardo Santana Mordente


Nunca feche os olhos
São eles que dizem
O que você tem no coração
Schopenhauer era um irracionalista.

Os seus cabelos compridos,
Amanhã, podem ser cortados
Mas são os seus olhos
Que revelam a sua verdade
E o que você está sentindo.
São os seus olhos
Que dizem as coisas lindas
Para a sua namorada
E que ficaram guardadas no seu coração
Schopenhauer não sabia nada de paixão.

São os seus olhos
Que dizem os segredos
Que só você já sabe.
Mas são as intimidades
Que fazem a sua felicidade.

Nunca feche os olhos
Schopenhauer não sabia
Quase nada de nada.

5 de outubro de 2009

Os olimpos sonhadores

Parabéns Rio de Janeiro, cidade maravilhosa


A cidade maravilhosa se preparou
Para sediar os jogos olímpicos
Os homens com largos sorrisos
De ternos e gravatas patrióticos
Pareciam estar em um campo
De batalha de prestígio e força.

A região do frio Alpes suíço
Entre as montanhas geladas
Como lençóis brancos
Descortinaram para o mundo
O sol e o calor dos trópicos do Sul
O que era um sonho distante
Tornou-se arcos coloridos dos continentes
Nas lindas praias de Copacabana.