que noites longas são essas
quando ficamos acordados na madrugada
os dias ficam mais longos
e perdemos a certeza de que o dia
permanece com as mesmas horas
parece que nunca vai amanhecer
29 de junho de 2013
ensina-me
Postado por
Mauro Lúcio de Paula
às
22:00
ensina-me a contar as areia do mar
aprendi apenas a nadar no rio Doce.
ensina-me a soltar pipas coloridas
aprendi apenas a esconder das tempestades
ensina-me a alçar voos sem ter asas
aprendi apenas as metáforas gramaticais
ensina-me a ajuntar as nuvens do céu
aprendi apenas a procurar agulha no palheiro
ensina-me a desfrutar das coisas boas do mundo
não aprendi a olhar este mundo com bons olhos
aprendi apenas a nadar no rio Doce.
ensina-me a soltar pipas coloridas
aprendi apenas a esconder das tempestades
ensina-me a alçar voos sem ter asas
aprendi apenas as metáforas gramaticais
ensina-me a ajuntar as nuvens do céu
aprendi apenas a procurar agulha no palheiro
ensina-me a desfrutar das coisas boas do mundo
não aprendi a olhar este mundo com bons olhos
28 de junho de 2013
diferente
Postado por
Mauro Lúcio de Paula
às
19:05
melhor que ter muitos amores
é ter um amigo de verdade
amores, às vezes, passam;
amigos, esses, não!
amigos não ferem;
se ferem, cicatrizam!
amores, esses, machucam:
e se machucados, sempre doem!
amigos calados são suportáveis
amores silenciosos, não!
é ter um amigo de verdade
amores, às vezes, passam;
amigos, esses, não!
amigos não ferem;
se ferem, cicatrizam!
amores, esses, machucam:
e se machucados, sempre doem!
amigos calados são suportáveis
amores silenciosos, não!
26 de junho de 2013
saberes
Postado por
Mauro Lúcio de Paula
às
20:06
ter asas não basta,
é preciso muito mais,
galinha tem asas
mas não sabe voar
o melhor mesmo é não ter asas
mas, ter liberdade para voar
é preciso muito mais,
galinha tem asas
mas não sabe voar
o melhor mesmo é não ter asas
mas, ter liberdade para voar
21 de junho de 2013
família
Postado por
Mauro Lúcio de Paula
às
18:50
quando minha família reunia
a mesa era farta
as taças cheias
a lenha ardia no fogão
meu pai no canto da sala
minha mãe com a barriga no fogão
e os convidados alegres
comiam e bebiam o que havia de melhor
a mesa era farta
as taças cheias
a lenha ardia no fogão
meu pai no canto da sala
minha mãe com a barriga no fogão
e os convidados alegres
comiam e bebiam o que havia de melhor
20 de junho de 2013
embarcações
Postado por
Mauro Lúcio de Paula
às
19:07
nas águas límpidas do rio Doce
haviam dois tipos de embarcações:
as canoas feitas de tábuas
e os caíques feitos de troncos
que deslizavam leves como plumas
de uma margem para a outra.
haviam dois tipos de embarcações:
as canoas feitas de tábuas
e os caíques feitos de troncos
que deslizavam leves como plumas
de uma margem para a outra.
18 de junho de 2013
barquinhos de papel
Postado por
Mauro Lúcio de Paula
às
18:09
depois da chuva bem forte,
menino ainda e argonauta sempre,
fazia barquinhos de papel
para descer a enxurrada
até chegar ao córrego joão pinto pequeno
quando isso acontecia, era só alegria!
A nau encontrou o Velocíno de Ouro!
menino ainda e argonauta sempre,
fazia barquinhos de papel
para descer a enxurrada
até chegar ao córrego joão pinto pequeno
quando isso acontecia, era só alegria!
A nau encontrou o Velocíno de Ouro!
15 de junho de 2013
Rio Doce II
Postado por
Mauro Lúcio de Paula
às
10:52
sujaram as águas do rio
que traziam a lua e as estrelas
pra bem perto da terra e de mim.
hoje, apenas um esgoto a céu aberto.
12 de junho de 2013
quase
Postado por
Mauro Lúcio de Paula
às
20:11
cai na cisterna, quase morri
a vizinha foi quem me salvou
colocando água quente nas costas
eu era muito pequeno para morrer
a morte só mostrou os dentes
não quis dá as caras, ainda bem!
a vizinha foi quem me salvou
colocando água quente nas costas
eu era muito pequeno para morrer
a morte só mostrou os dentes
não quis dá as caras, ainda bem!
10 de junho de 2013
retorno
Postado por
Mauro Lúcio de Paula
às
19:25
tudo que vai, volta.
é mentira!
lágrima que cai, não retorna
palavra dita, nunca volta
ponteiros do relógio pulam
de segundo em segundo, já é outra hora
nada volta, tudo tem seu curso
sua trajetória, seu ritmo
tudo se renova a cada dia
não retorna não!
é mentira!
lágrima que cai, não retorna
palavra dita, nunca volta
ponteiros do relógio pulam
de segundo em segundo, já é outra hora
nada volta, tudo tem seu curso
sua trajetória, seu ritmo
tudo se renova a cada dia
não retorna não!
6 de junho de 2013
tacho de cobre
Postado por
Mauro Lúcio de Paula
às
18:51
no fundo do quintal
lá de casa tinha uma figueira
minha mãe, doceira de mão cheia,
conseguia tirar doçura e textura
daqueles frutos verdes e leitosos
minha mãe, fazia magia no tacho de cobre
lá de casa tinha uma figueira
minha mãe, doceira de mão cheia,
conseguia tirar doçura e textura
daqueles frutos verdes e leitosos
minha mãe, fazia magia no tacho de cobre
1 de junho de 2013
forno de barro
Postado por
Mauro Lúcio de Paula
às
08:43
ainda vem, da minha infância,
os cheiros da quitanda
que a minha avó materna fazia
no forno de barro do fundo do quintal
essas imagens ora no presente
ora no passado fluem em mim
esse tempo ainda me habita
me atrai e me acompanha sempre!
são faróis que me guiam
em dias nublados como hoje
os pássaros não podem cantar
mas, a minha alma grita,
porque memórias e saudade
andam sempre juntas
os cheiros da quitanda
que a minha avó materna fazia
no forno de barro do fundo do quintal
essas imagens ora no presente
ora no passado fluem em mim
esse tempo ainda me habita
me atrai e me acompanha sempre!
são faróis que me guiam
em dias nublados como hoje
os pássaros não podem cantar
mas, a minha alma grita,
porque memórias e saudade
andam sempre juntas
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