hoje eu guardo um lugar
- a minha terra natal -
fica sempre ancorada no meu coração
e singra por mares nunca navegados
onde o destino não é outro continente
chega nesse porto somente quem ousa
e não tem medo de naufragar
30 de janeiro de 2014
27 de janeiro de 2014
retrato 3x4
Postado por
Mauro Lúcio de Paula
às
20:03
aprendi, no decorrer da vida,
muitas coisas;
primeiro, ser menos volúvel
e, segundo, mais vulnerável
o tempo é assim mesmo
deixa o corpo cansado,
os cabelos mais brancos
e as mãos trêmulas de saudades
23 de janeiro de 2014
arisca
Postado por
Mauro Lúcio de Paula
às
19:25
a galinha com seus três pintos,
cisca no quintal,
arisca e barulhenta,
está sempre áspera e ríspida
não deixa ninguém chegar perto
parece que a sua vida
está por um fio, quase um triz
não tece nem fia nada
só rodopia, rodopia e rodopia
como tivesse desenlaçando nós
cisca no quintal,
arisca e barulhenta,
está sempre áspera e ríspida
não deixa ninguém chegar perto
parece que a sua vida
está por um fio, quase um triz
não tece nem fia nada
só rodopia, rodopia e rodopia
como tivesse desenlaçando nós
20 de janeiro de 2014
só os amigos
Postado por
Mauro Lúcio de Paula
às
19:31
os amigos de infância
guardam no olhar nosso nome
sabem das nossas cicatrizes
ouvem nossos gritos de dor
e conhecem nossas brincadeiras
só os amigos, só eles dividem
nossa casa e nossos silêncios
guardam no olhar nosso nome
sabem das nossas cicatrizes
ouvem nossos gritos de dor
e conhecem nossas brincadeiras
só os amigos, só eles dividem
nossa casa e nossos silêncios
14 de janeiro de 2014
tocante
Postado por
Mauro Lúcio de Paula
às
19:51
para Sílvia Rubião
o meu livro de cabeceiratem a pressa de uma promessa
tem a claridade das manhãs
não tem rima nem métrica
mas não precisa, parece presente,
que vem embrulhado em papel colorido
é tão forte quanto uma cachoeira
e doce quanto uma flor
tem tudo que preciso para viver
mais parece um origami
cheio de dobras e quinas
como a vida me parece ser
a sua autora é tão madura
e temporã como as chuvas de verão
12 de janeiro de 2014
um rio
Postado por
Mauro Lúcio de Paula
às
22:05
o caminho das águas
está escrito nos meus olhos
à beira do rio Doce
imaginava a liberdade
do outro lado da margem
tal qual um rio
que espera o abraço do mar
meu berço é a eternidade
está escrito nos meus olhos
à beira do rio Doce
imaginava a liberdade
do outro lado da margem
tal qual um rio
que espera o abraço do mar
meu berço é a eternidade
10 de janeiro de 2014
Poetinha Vinícius
Postado por
Mauro Lúcio de Paula
às
19:52
ah! poetinha Vinícius
poeta da minha vida!
hoje completaria cem anos
mas é assim mesmo
pra quem não é eterno
a vida dura muito pouco
pra quem não é poeta,
mas a própria poesia
e que soube falar tão bem das bombas,
do exílio, da saudade, das meninas
e do amor nunca envelhece
ah! poetinha Vinícius
poeta da minha vida!
19/10/2013
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