a lua parece que flutua
na escuridão da noite
em plena estação do outono
31 de maio de 2012
amor de mar
30 de maio de 2012
a vida em 5 tempos
1
não tenho mais pressa
o tempo é o meu descanso
2
não sou mais inquilino
o mundo é a minha casa
3
não preciso mais das horas
vivo apenas o aqui e agora
4
não carrego malas nem mochila
a viagem agora é mais longa
5
não corro atrás de mais nada
o meu destino já está traçado
28 de maio de 2012
depois da tempestade
Depois da tempestade
estarei te esperando
meu amor!
E quando a noite escura
cobrir toda a terra
estarei te vigiando
meu amor!
o meu amor é teu porto
seguro e a tua luz da manhã
nada vai me impedir
de te esperar
nem a chuva nem a escuridão
se for preciso esperarei
um milhão de anos e muito mais
se as minhas mãos tiverem fracas
os meus braços estarão fortes
para te segurar
meu amor!
se os meus lábios se fecharem
os meus olhos estarão sempre abertos
para te enxergar
meu amor!
porque o meu amor
não começou aqui
nem vai terminar aqui
antes de te encontrar
eu já te amava
como as ondas amam o mar
a terra seca ama a chuva
e os pássaros amam as manhãs
eu também te amo e muito mais
26 de maio de 2012
corre em mim
o vento das manhãs
22 de maio de 2012
Casa de viver
Nesta rua, tinha uma casa, onde a lua iluminava com clareza,
a minha vida.
Tinha um pé de araticum, uma laranjeira e outras árvores,
Onde eu dividia as frutinhas com os passarinhos.
Minha mãe, meu pai e meu irmãos – tudo era tão bão, até as brigas!
Nesta rua de terra, eu brincava e rolava minha lata cheia de sonhos.
O poeta acordado dentro de mim, já vivia e eu não sabia.
Eu cresci e ele voou, e, hoje, me escreve sobre lembranças,
tristezas e alegrias.
Lá, já não existe mais casa, acomodou-se dentro de mim.
A lua acompanhou a rua, e comigo ficou.
asas
quando eu morrer
não me cubra só com terra
coloque algumas flores
não precisa de rezas nem lágrimas
porque agora vou ter o que sempre quis
asas, asas e mais asas pra voar
19 de maio de 2012
CDA
sobre as pedras
eu não sei nada
eu sei que no meio
do caminho tinha uma pedra
sobre o poeta
eu sei menos ainda
eu sei que seu mundo
era tão vasto
quanto o verso
de um itabirano
ingregnado de ferro
e montanhas
17 de maio de 2012
Não há nada
Não há nada nesta vida
Que não faria pra te fazer feliz
Carregaria as águas do rio doce
No balaio de bambu
Faria uma represa de barro
Para armazenar toda chuva
Que desce a rua do correio
Se faltasse luz na cidade
Acenderia velas em todas as esquinas
Para que não andasses no escuro
Seguiria os caminhos das borboletas
Quando procuram mel nas flores
Traçaria estradas seguras
Para as tuas noites de sombras
Não há nada nesta vida
Que não faria pra te fazer feliz
14 de maio de 2012
sem asas
12 de maio de 2012
9 de maio de 2012
definição
a memória é uma faca
afiada
que corta a nossa alma
penetra e mata como uma bala
perdida
cada segundo perdura
como indecifrável eternidade
enclausurando silêncios
prenúncios e palavras
a memória é uma luz
fugaz
que penetra como chama
reluzente
nos olhos e nas lágrimas
dilacerando a visão e a ternura
a memória é uma estrada
projetada
que traça o destino
de quem vai pela manhã
e nunca mais volta
no entardecer
7 de maio de 2012
segredo
tudo nesta vida
tem a hora certa
de acontecer
por mais que
possa parecer difícil
o segredo está
em nunca desistir
caminhar sempre
e enfrentar as adversidades
a coragem não move o sol
mas molda a paciência
para esperar o amanhecer
esperar não quer dizer
desistir dos sonhos
apenas refazer o caminho
porque tudo nesta vida
tem o momento
certo de acontecer