29 de setembro de 2013
orquestra
Postado por
Mauro Lúcio de Paula
às
12:57
nas primeiras tardes da primavera
as cigarras zumbiam nos troncos
uma música tão comprida e triste
que, até os pássaros, fugiam.
as árvores pareciam esconder
uma orquestra sinfônica.
as cigarras zumbiam nos troncos
uma música tão comprida e triste
que, até os pássaros, fugiam.
as árvores pareciam esconder
uma orquestra sinfônica.
27 de setembro de 2013
Única e Última
Postado por
Mauro Lúcio de Paula
às
18:52
o meu amigo e poeta, Luiz Dias, com sua simplicidade me toca e me emociona...
Por muito tempo, fui sua rua,
por onde você atravessou
sem medo de ser atropelado.
Por muito tempo, fui sua lua,
única e bela, te esperando, para aparecer.
Por muito tempo, fui seu sol, e te aqueci quando aparecia, lá em casa, com frio.
Por muito tempo...acreditei ser a única, a última.
Luiz Dias
25 de setembro de 2013
casarões antigos
Postado por
Mauro Lúcio de Paula
às
18:51
os casarões e armazéns antigos
lá da estação velha
estão se perdendo com o tempo
alguns reformados outros abandonados
o casarão que conheci minha mulher
está caindo aos pedaços
quantas coisas viram aquelas janelas
quantas chuvas escorreram nos telhados
hoje, apenas os fantasmas habitam lá.
só os fantasmas namoram o silêncio
guardado naqueles cômodos vazios.
só os fantasmas...
lá da estação velha
estão se perdendo com o tempo
alguns reformados outros abandonados
o casarão que conheci minha mulher
está caindo aos pedaços
quantas coisas viram aquelas janelas
quantas chuvas escorreram nos telhados
hoje, apenas os fantasmas habitam lá.
só os fantasmas namoram o silêncio
guardado naqueles cômodos vazios.
só os fantasmas...
18 de setembro de 2013
passagem
Postado por
Mauro Lúcio de Paula
às
18:39
não me dói tanto o silêncio
já foi terreno árido e espinhoso
hoje é apenas seiva das pedras
aprendi com o tempo a cultivar flores
dentro do meu coração acostumado
com as intempéries da longa caminhada
o perfume, o vento levou
a inquietude, a nuvem escondeu
a intolerância, a alma amainou
Aprendi que o tempo não me pertence
e aqui não é o meu lugar, apenas passagem
já foi terreno árido e espinhoso
hoje é apenas seiva das pedras
aprendi com o tempo a cultivar flores
dentro do meu coração acostumado
com as intempéries da longa caminhada
o perfume, o vento levou
a inquietude, a nuvem escondeu
a intolerância, a alma amainou
Aprendi que o tempo não me pertence
e aqui não é o meu lugar, apenas passagem
16 de setembro de 2013
margens
Postado por
Mauro Lúcio de Paula
às
18:11
o rio doce inquieto
carrega minhas emoções
e ainda reflete meu rosto
no espelho de suas águas
às suas margens me reconheço
ainda guardo o silêncio das pedras
e a solidão da ponte em noite escura
ainda mora em mim as suas margens
carrega minhas emoções
e ainda reflete meu rosto
no espelho de suas águas
às suas margens me reconheço
ainda guardo o silêncio das pedras
e a solidão da ponte em noite escura
ainda mora em mim as suas margens
haicais
Postado por
Mauro Lúcio de Paula
às
17:27
a chuva fina de inverno
atrapalhava, pela manhã,
o padeiro ambulante.
atrapalhava, pela manhã,
o padeiro ambulante.
o fazendeiro vendia
bem cedinho, leite fresco
e, à tarde, cachaça das boas!
bem cedinho, leite fresco
e, à tarde, cachaça das boas!
13 de setembro de 2013
saber esperar é tudo
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Mauro Lúcio de Paula
às
19:49
sublime sedução é saber esperar
a boca, o corpo, os lábios
concorrem para rasgar o véu
ajuda desvendar os mistérios
abre cortinas douradas e bordadas
mas saber esperar alguém
é mais belo que a penumbra noturna
ou a claridade serena do dia
saber esperar alguém é tudo
a boca, o corpo, os lábios
concorrem para rasgar o véu
ajuda desvendar os mistérios
abre cortinas douradas e bordadas
mas saber esperar alguém
é mais belo que a penumbra noturna
ou a claridade serena do dia
saber esperar alguém é tudo
12 de setembro de 2013
haicais
Postado por
Mauro Lúcio de Paula
às
20:14
o lindo entardecer
no céu do pantanal
resplandece a luz do sol
no céu do pantanal
resplandece a luz do sol
setembro chegou
trazendo fragmentos
das manhãs floridas
8 de setembro de 2013
Mudanças
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Mauro Lúcio de Paula
às
08:09
Amanheceu
E a chuva não veio
A terra continua seca
Não chove como antigamente
O que afinal mudou?
- diminuiu as geleiras nos pólos?
- ou aumentou o desmatamento?
Não sei, juro que não sei!
- Mas alguma coisa mudou sim!
5 de setembro de 2013
as chaves
Postado por
Mauro Lúcio de Paula
às
19:09
os alto-falantes da igreja presbiteriana
já incomodaram muito a cidade
competia com os sinos da igreja católica
parecia anjos e arcanjos
degladiando com o silêncio matutino
eu, ainda menino, de calça curta
assistia a tudo calado no meu canto
o padre e o pastor querendo abrir
a porta do céu sem as chaves nas mãos
já incomodaram muito a cidade
competia com os sinos da igreja católica
parecia anjos e arcanjos
degladiando com o silêncio matutino
eu, ainda menino, de calça curta
assistia a tudo calado no meu canto
o padre e o pastor querendo abrir
a porta do céu sem as chaves nas mãos
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