7 de julho de 2023

Bons tempos


 

nas tardes quentes de verão,

colhia frutas maduras no pé,

na fazenda da dona Eulina;

à noite, à beira do rio doce,

contava as estrelas do céu

e, nas manhãs, bem cedinho,

pegava a bicicleta “monarc”

para comprar pão na padaria

do seu Oscar e da dona Marta.

 

tudo era tão certo e contado,

como dois mais dois são cinco

de uma velha canção da época,

nada saía dos trilhos ou da trilha

que levava para a rua da pedra,

nos jardins da praça da matriz

desfilavam as moças e os rapazes

à procura de seus pares e seus amores,

parecia sempre fácil e bem simples.

 

Hoje, relembrando esses bons tempos,

sou apenas uma pausa entre a canção

e o silêncio que antecede a espera

de um momento e de uma enorme saudade.