30 de outubro de 2012
guardiões
Postado por
Mauro Lúcio de Paula
às
07:51
os anjos estão
aqui na terra
com suas asas
brancas de cristais
brilhantes como sóis
e cadentes como estrelas
hosanas e músicas sacras
invadem as igrejas
quando os guardiões
descem do céu
e visitam os corações
dos homens de bem
aqui na terra
com suas asas
brancas de cristais
brilhantes como sóis
e cadentes como estrelas
hosanas e músicas sacras
invadem as igrejas
quando os guardiões
descem do céu
e visitam os corações
dos homens de bem
27 de outubro de 2012
remédio
Postado por
Mauro Lúcio de Paula
às
20:08
uma alma não se cura
com música nem com mentiras
é preciso silenciar a dor
nas profundezas do ser
as riquezas que se acumulam
não preenchem o vazio do coração
não se pode estancar
uma tristeza com falsas terapias
o remédio que sara a ferida
não está prateleira está sim no céu
com música nem com mentiras
é preciso silenciar a dor
nas profundezas do ser
as riquezas que se acumulam
não preenchem o vazio do coração
não se pode estancar
uma tristeza com falsas terapias
o remédio que sara a ferida
não está prateleira está sim no céu
24 de outubro de 2012
22 de outubro de 2012
Lídia II
Postado por
Mauro Lúcio de Paula
às
09:05
De nossas vidas cheias de vazios
E poucas lembranças ficaram.
Saudades do passado?
Ah, isso todos têm!
Mas momentos que valem a pena lembrar
São poucos que têm esse privilégio!
A nossa vida é repleta sim!
Muitas noites mal dormidas e poucas paixões
Mas basta um dia de sol para apagar.
Muitas aflições tolas e raras realizações
E o tempo num instante-já para afastar.
A minha vida pode durar mil anos
Mesmo assim ainda vou me lembrar
Da nossa amizade que desabrochou
Sob o clarão da lua e o brilho das estrelas
E os meus olhos continuarão voltados
Para aquela pequena cidade
Que nos viu nascer, crescer e sonhar.
O seu nome significa irmã, companheira
Mas para mim é vela, vento, mar e cais.
20 de outubro de 2012
as flores no chão
Postado por
Mauro Lúcio de Paula
às
11:17
Enquanto as flores roxas
Do ipê caem no chão
As palavras eclodem no meu peito
Onde habita esperança
E o tempo para tanto
É cada dia mais escasso
E breve
Eu sei que o caminho é mais estreito
E longo
Por isso não me cabe mais errar
Já fiz as mudanças
Que deveriam ser feitas
O rio ficou mais distante
Mas o meu caminho
Ainda é o mesmo
As flores no chão
E o meu coração no céu
Do ipê caem no chão
As palavras eclodem no meu peito
Onde habita esperança
E o tempo para tanto
É cada dia mais escasso
E breve
Eu sei que o caminho é mais estreito
E longo
Por isso não me cabe mais errar
Já fiz as mudanças
Que deveriam ser feitas
O rio ficou mais distante
Mas o meu caminho
Ainda é o mesmo
As flores no chão
E o meu coração no céu
17 de outubro de 2012
Ausência
Postado por
Mauro Lúcio de Paula
às
08:14
O meu amigo e poeta Luiz Dias, sempre escrevendo lindas poesias que mais parecem pérolas, e diz que é apenas uma folha branca, com algumas palavras, sem desenhos, sem paisagens...
Tem dia que é tão duro
Que a gente quer que outro tome o seu lugar.
O calor foge dos agasalhos
E nada aquece a alma da gente.
Nos olhos, nos passos, na voz, a dor aparece.
Por inteiro, o corpo se parte, inteiramente,
E bate uma vontade de amanhecer outro dia.
Virar a página e viver outra estória.
Luiz Dias
15 de outubro de 2012
Hibisco
Postado por
Mauro Lúcio de Paula
às
07:40
No jardim da casa vizinha
Havia hibisco
Da janela eu podia ver
Como suas flores
São tão alegres e vivas.
Podia sentir o frescor
De sua beleza atravessar a rua
E a exuberância de sua cor
Transbordar nos meus olhos.
Havia hibisco
Da janela eu podia ver
Como suas flores
São tão alegres e vivas.
Podia sentir o frescor
De sua beleza atravessar a rua
E a exuberância de sua cor
Transbordar nos meus olhos.
14 de outubro de 2012
pirilampos
Postado por
Mauro Lúcio de Paula
às
07:34
a infância ficou lá atrás
a adolescência não mora mais
dentro de mim
murcharam todos os desejos
o homem maduro não me deixa sorrir
vem a galope a velhice
com seus incontáveis dias
e suas decifráveis auroras
já é tarde, longe daqui,
no céu nascem estrelas
e na terra os pirilampos
continuam acendendo suas luzes
a adolescência não mora mais
dentro de mim
murcharam todos os desejos
o homem maduro não me deixa sorrir
vem a galope a velhice
com seus incontáveis dias
e suas decifráveis auroras
já é tarde, longe daqui,
no céu nascem estrelas
e na terra os pirilampos
continuam acendendo suas luzes
12 de outubro de 2012
dia das crianças
Postado por
Mauro Lúcio de Paula
às
15:15
o canto das cigarras
me remete à infância
quando fazia piruetas
para ver a lua de cabeça pra baixo
aprendia aritmética contando
as estrelas e vagalumes
desenhava auroras
inventava palavras
e com os pés descalços
andava na chuva
hoje, dia das crianças,
a cidade estoura fogos
para homenegear nossa senhora
me remete à infância
quando fazia piruetas
para ver a lua de cabeça pra baixo
aprendia aritmética contando
as estrelas e vagalumes
desenhava auroras
inventava palavras
e com os pés descalços
andava na chuva
hoje, dia das crianças,
a cidade estoura fogos
para homenegear nossa senhora
10 de outubro de 2012
não sei
Postado por
Mauro Lúcio de Paula
às
20:33
não há poesia original
a matéria-prima é sempre a mesma:
o desenho das nuvens
a transparência dos vitrais
as cores do céu
a claridade das manhãs
os ritmos das ondas do mar
as pulsações do coração
o sabor das brisas
o cheiro das matas
e o canto dos pássaros
até os poetas são forjados
na mesma forma que é o amor
e no mesmo fogo que é a paixão
agora porque encantam e fascinam
isso eu não sei não!
a matéria-prima é sempre a mesma:
o desenho das nuvens
a transparência dos vitrais
as cores do céu
a claridade das manhãs
os ritmos das ondas do mar
as pulsações do coração
o sabor das brisas
o cheiro das matas
e o canto dos pássaros
até os poetas são forjados
na mesma forma que é o amor
e no mesmo fogo que é a paixão
agora porque encantam e fascinam
isso eu não sei não!
9 de outubro de 2012
Os garfos e os rastros
Postado por
Mauro Lúcio de Paula
às
07:27
minha mãe dizia:
- lucinda põe a mesa
os pratos rasos e os garfos
e não se esqueça da jarra de água!
a vida transbordava naquela casa
tudo no seu devido lugar
como se a vida tivesse ordem
e sentido
hoje, isso tudo ficou distante
só os rastros perdidos do tempo
e algumas vagas lembranças
- lucinda põe a mesa
os pratos rasos e os garfos
e não se esqueça da jarra de água!
a vida transbordava naquela casa
tudo no seu devido lugar
como se a vida tivesse ordem
e sentido
hoje, isso tudo ficou distante
só os rastros perdidos do tempo
e algumas vagas lembranças
8 de outubro de 2012
7 de outubro de 2012
dúvida
Postado por
Mauro Lúcio de Paula
às
07:10
quando eu estudava,
no Maria Guilhermina Pena,
aprendi que o amor
é um substantivo abstrato
podemos até sentir
mas não podemos pegar
nem mesmo ver.
substantivo concreto
é tudo que vemos e pegamos
pedra, casa, tijolo e água.
se é tão abstrato assim
o que afinal é isso
que bate tão forte no meu coração?
no Maria Guilhermina Pena,
aprendi que o amor
é um substantivo abstrato
podemos até sentir
mas não podemos pegar
nem mesmo ver.
substantivo concreto
é tudo que vemos e pegamos
pedra, casa, tijolo e água.
se é tão abstrato assim
o que afinal é isso
que bate tão forte no meu coração?
6 de outubro de 2012
outro continente
Postado por
Mauro Lúcio de Paula
às
10:49
(no passado, Lajão; hoje, Conselheiro Pena)
quando recebo notícias do outro continente
o meu coração torna-se um porto seguro
de emoções, saudades e lembranças vivas
palpita entre luas cheias e noites claras
e me leva à praça da matriz da igreja
onde os rapazes e as moças de família se cruzavam
era apenas "footing" de amenidades e paixões
quando recebo notícias do outro continente
já me vejo olhando da janela
a carrocinha trazendo leite fresco
nas manhãs quentes de um dia comum de verão
o vendedor de peixe vivo, de frango caipira e de caça silvestre
quando recebo notícias do outro continente
já me envaideço sob o sol de uma tarde bem comum
vestindo a melhor roupa para visitar os vizinhos
prosear levezas e mistérios
falar dos que foram e também dos que não foram
trocar receitas e amizades
até chegar as primeiras carícias da noite
quando recebo notícias do outro continente
a saudade transborda no meu peito
cabem todas manhãs e distâncias
só não cabe mesmo é esse imenso silêncio
5 de outubro de 2012
Infância
Postado por
Mauro Lúcio de Paula
às
08:48
Imagem do blogue: http://viniciusdeaquino.musicblog.com.br
Ainda sinto o cheiro
da madeira serrada
no estaleiro improvisado
da serraria dos agripinos.
Ainda me invade as narinas
o pó do giz branco
do quadro negro no grupo
escolar maria guilhermina pena.
As minhas retinas ainda retém
o colorido da capa dos cadernos
e ainda guardo os sabores
das merendas da cantina
em caixinhas de sapato
para não os perder, nunca.
Isso não é saudade de infância, não...
É apenas uma lembrança incontida
que insiste em assaltar
o meu tempo de não-ser criança.
4 de outubro de 2012
Equilíbrio
Postado por
Mauro Lúcio de Paula
às
07:16
A alma e o corpo
um dia, acabam;
o espírito, não!
A alma agasalha
a mente que controla
a emoção e a vontade
o corpo que é morada
dá trabalho sempre
e precisa ser alimentado
todos os dias
o espírito, voz da consciência,
esmera a intuição,
liga as coisas visíveis
com as invisíveis
e equilibra o homem
aqui na terra
1 de outubro de 2012
Lídia I
Postado por
Mauro Lúcio de Paula
às
07:54
Mas ainda me interessa
Tua história
Teus sentimentos
Teus intentos
E teus desejos.
Não saí da porta da tua casa
Ainda posso escutar
Tuas palavras
Teus silêncios
Teus tormentos
E teus conselhos.
A noite ainda é uma criança
(lembra-te da lua e do cheiro da dama da noite?)
E amizade é para sempre, amiga!
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