Se a estrada de ferro
Que viajo
Não fosse cortada
Pelas montanhas de Minas
A minha vida
(além de breve,
Vazia e ociosa)
Seria perdida!
Assim como todo minério
Que esses morros escondem
Não iluminam o meu dia
Nem aquecem as minhas noites
De solidão e de insônias
Como os seus sonetos perfeitos,
Agora imortais,
Transbordantes de vozes,
De amor, de dúvidas
E de sonhos.
Nos seus sonetos
Há uma outra claridade
Que não se vê na noite
Nem nas estrelas cadentes,
Mas que se imagina
Que há lá no céu.