29 de maio de 2025

Pequenos Poemas

 

relações
e suscetibilidades

 

 

frágeis

parece mentira
as relações hoje
são frágeis e inconstantes
um simples olhar mais torto
põe-se tudo a perder

fragilidades

 quando escorre entre os dedos
todas as possibilidades
num só instante
o tempo prevalece
e o agora desaparece
 não há volta nem futuras chances

 

graves e agudos

 o tempo não está mais curto
pelo contrário, é o mesmo
desde as priscas eras da caverna
 

somos nós que ficamos mais graves e agudos

 

insanidade

 amor não mata
não agride
nem bate
é a insanidade humana

 não é amor não!

 

inteiro

 nunca esqueci minha identidade
migrei inteiro e, assumido,
levei comigo as raízes e os frutos
 minha humanidade e civilidade
veio quando fui formado no barro

 – isso, ninguém tira de mim!

 

já chegou

 segunda-feira, acorda...
daqui a pouco dezembro já chegou
o ano acabou
o ano novo bate à porta

 – não desanima não, a fila anda!

(aguarde os próximos poemas deste livro eletrônico inédito "Pequenos Poemas")

25 de maio de 2025

Pequenos poemas

 

relações
e suscetibilidades

 

 

frágeis

parece mentira
as relações hoje
são frágeis e inconstantes
um simples olhar mais torto
põe-se tudo a perder.

fragilidades

 quando escorre entre os dedos
todas as possibilidades
num só instante.

o tempo prevalece
e o agora desaparece.

não há volta nem futuras chances.

 

graves e agudos

o tempo não está mais curto
pelo contrário, é o mesmo
desde as priscas eras da caverna.

 somos nós que ficamos mais graves e agudos.

 

insanidade

amor não mata
não agride
nem bate
é a insanidade humana 

não é amor não!

 

inteiro

nunca esqueci minha identidade
migrei inteiro e, assumido,
levei comigo as raízes e os frutos.

 minha humanidade e civilidade
veio quando fui formado no barro.

 – isso, ninguém tira de mim!


já chegou

segunda-feira, acorda...
daqui a pouco dezembro já chegou
o ano acabou
o ano novo bate à porta.

– não desanima não, a fila anda!


(aguarde os próximos poemas deste livro eletrônico inédito "Pequenos Poemas")

20 de maio de 2025

Pequenos Poemas

                     a cidade

                    e suas gentes

 

casarões

arranha-céus, coberturas, triplex
até um apartamento por andar
os habitantes distintos dos casarões
vivem, na verdade, em mundos distintos
 

todos juntos e sempre separados

 

cortava tudo

o Geraldo percorria as ruas da cidade
oferecendo sua força e sua lida
podia-se ouvir de longe a batida
do ferro da cunha no machado afiado

 nesse tempo, o mundo, não era torto
o grito daquele moço cortava tudo

 

esporas de cruzeta

morei na rua onde
passava o boi marrento
que levava o outro boi
para o matadouro
o vaqueiro com os pés descalços
e as esporas de cruzeta
fazia o trajeto cantarolando
como estivesse pisando sobre estrelas

(aguarde os próximos poemas deste livro eletrônico inédito "Pequenos Poemas")

17 de maio de 2025

Pequenos poemas

Apresentação

 
Passei a vida toda procurando uma forma de encontrar a medida certa, a palavra correta, a atitude aplausível e o gesto coerente com tudo que acredito.

Sempre existiu uma linha tênue entre o que é profundo e superficial. Em toda minha vida procurei me expressar da melhor maneira possível. O nosso conteúdo vai muito além da expressão verbal ou até mesmo corporal. Achar a medida certa. Esse foi meu objetivo ao escrever esses poemas. Foi um exercício diário, árduo e, ao mesmo tempo, prazeroso; nessa altura da minha vida é muito bom impor um desafio. Tendo em mente apenas um objetivo, um propósito, ser o mais claro possível, não cabe a expressão prolixo, não desperdiçar palavras com ideias nebulosas. É assim que a comunicação hoje exige e cobra a todo instante. O tempo já foi dinheiro, hoje, não é mais; vivemos na era do "megabit" que é nada mais do que tempo e espaço no menor "chip" possível.

Apresento-lhe meu livro eletrônico intitulado "pequenos poemas" não de pequenez, mas de sucinto, enxuto e direto.

a promessa

Lembro-me quando Jango
vice-presidente da República
prometeu a reforma agrária
terra para todo mundo plantar
Muitos, naquela época, prometiam
dar-se em casamento depois do decreto.

O golpe militar, pensando no bem da Nação
fechou o congresso para não aprovar a lei.

 

a sede do mar

 Quer saber o tamanho
do seu mundo?
– meça o deserto de sua alma!
 

não pode ser maior que a sede do mar não!

 

a vaca e o boi

 Não há o que fazer
a vaca já foi para o brejo
só a carne do boi é exportável.

 

ah, tempo...

Se para você o que guardo são utopias:
ruas descalças, cirandas infantis e serenatas apaixonadas
perdoa-me, o que nos separa não é questão de gosto
ou outra coisa qualquer
mas, simplesmente o tempo...

 

bastam

O tempo do amor acabou
hoje, vamos juntar os bens
com cláusulas bem claras
lirismo não fica bem
abrir portas de carro nem pensar!}
dois corpos na cama já bastam.

(aguarde os próximos poemas deste livro eletrônico inédito "Pequenos Poemas")


13 de maio de 2025

haicai

perto da nascente
do rio São Francisco.
Ouve-se rangeres e lágrimas!