A Universidade de São Paulo (USP) reuniu instituições universitárias de diversos países, no mês de agosto de 2008, para comemorar o Quarto Centenário de Nascimento do Padre Antônio Vieira, importante personagem da história e das letras do Brasil e de Portugal, interferindo com sua prática política na atuação frente aos índios, aos negros e aos judeus pelo antigo império português, ao longo de todo o século XVII. Vieira, como pregador, professor de retórica, missionário, diplomata a serviço do rei, embaixador, polemista, teólogo, confessor da nobreza, bibliotecário e réu preso da Inquisição, deu origem a uma obra dos mais variados gêneros. Aproveitando a oportunidade, escrevi um soneto para homenagear esse letrado padre que influenciou meu modo de pensar e escrever a Língua Portuguesa.
Conhecedor dos hábitos palacianos
Fervoroso defensor da figura do rei
Comparava o quinto império de Portugal
Com as riquezas do soberano Salomão.
Deus criou todos os seres viventes
Para rastejar, voar e andar livremente
Mas só o homem poderia dominar toda terra
Incluindo as águas doces e salgadas.
No entanto, astúcia, argumentos e idéias
Deixou por herança e todos os direitos
A um padre jesuíta e missionário aventureiro.
Sempre intolerante com os pecados humanos
Eloqüente nas hipérboles e nas parábolas
E irônico em relação aos seus compatriotas.
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