13 de maio de 2009

Os homens não aprenderam nada



Este poema é um grito em favor de um rio que foi doce, parceiro e amigo dos ribeirinhos. Hoje, um depósito de lixo, de excrementos e resíduos industriais. Até quando, nós amigos e parceiros desse rio vamos continuar vendo descaso da população ribeirinha e das autoridades, até quando? Até a Companhia Vale do Rio Doce abandonou o rio que a enriqueceu. Agora é só Vale. Vista da cidade de Conselheiro Pena, das margens do rio Doce, ao fundo a serra do Padre Ângelo (foto: Gustavo Sturzeneckder, postada no site: www.panoramio.com/photo/2978033).




Hoje o rio Doce é apenas passagem
Entre a nascente e o mar.
É um estreito rumo que segue em frente.
Em um passado nem tão distante
Suas margens faziam tudo frutificar
Nada retinha e nunca foi indiferente
À sede, à beleza e à fome dos homens.

E os homens nada aprenderam do rio
São passageiros ferozes de uma viagem
Sem-fim, sem retorno e sem rumo.
Desmatando a nascente cristalina
E despejando sujeiras no leito.

Hoje o rio Doce é doce só no nome
E na lembrança de velhos barqueiros.

1 comentários:

Adriana Godoy disse...

Tem razão, o rio é doce só no nome. É uma triste realidade que você transformou em poesia. Bonito.