29 de setembro de 2009

Colher o bem

In memorium ao meu tio e padrinho Sebastião Silveira


Não posso deixar de falar
Que a poesia não me vale nada
Quando as nuvens do céu ficam escuras.
E não adianta espalhar
Versos rimados pelo chão
Encher os braços de sonhos
Nem lembrar das frescas manhãs.

A morte, às vezes, nos deixa de mãos vazias
Para refazer as cores das manhãs seguintes.

No mês em que as flores renascem
Subi as ladeiras do parque de uma colina
Que mais parecia uma montanha sem-fim
Para jogar flores sobre terras escavadas.
E despedir de um homem que soube
Sair, plantar e colher o bem a vida toda.

1 comentários:

Adriana Godoy disse...

Muiot lindo seu poema, embora triste, embora doloroso, mas uma linda homenagem a seu tio. Beijo.