há as estações do ano
e as da vida.
hoje caminho
por desertos
entre as margens
de um rio
que já secou.
as mobílias
da casa que morei
foram comídas
pelos cupins.
a esquina da rua
de terra que eu brincava
virou um enorme deserto
que guarda o silêncio
de pedras semiprecisosas.
e na gaveta ficou
apenas as manchetes
de um jornal
sem edição
e as lembranças
de uma enorme janela
feita de madeira de lei.
7 de dezembro de 2010
as mobílias
Postado por
Mauro Lúcio de Paula
às
08:31
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