o que há de mais caro
na alma de um poeta?
suas palavras?
seus versos? Não!
é sua capacidade de guardar
para o resto de sua vida,
o silêncio profundo
da igreja Matriz vazia.
lembrar da delicadeza
e do perfume doce e suave
da Dama da Noite
na esquina da rua
sem iluminação.
preservar nas narinas o cheiro
das flores e das velas
da procissão da Semana Santa.
reter nas retinas cansadas
o brilho e os gestos das moças
andando na pracinha pra lá
e pra cá até começar
a sessão do cinema.
o que há de mais caro
na alma de um poeta
são suas lembranças
que rondam as bordas
do tempo.
13 de maio de 2011
As bordas do tempo
Postado por
Mauro Lúcio de Paula
às
13:55
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