quando me olho no espelho
o sorriso da minha filha
não atenua as rugas
em meu rosto
nem me devolve
a ternura que me acompanhou
desde criança
hoje tudo é muito longe
e mais distante
o horário de verão
faz o amanhecer demorar
e o anoitecer chegar mais tarde
lá fora chove e chove mais
os últimos pássaros cantam
a tarde quente e ensolarada
a rua asfaltada deixa a água
descer pelo bueiro
e eu não sinto o cheiro de terra molhada
que embalou a minha infância
1 comentários:
Lindo, Mauro!
É realmente uma delícia o cheiro de terra molhada. Parece que nesse olfato sentimos mais apego à ela.
Beijos
Mirze
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