17 de agosto de 2012

Ainda me lembro...


Minha mãe guardava
a sua bondade
nos vidros de compota
dos doces de figo e de laranja
que ficavam na cristaleira.

Minha avó deixava
os cabelos e a paciência crescerem
enquanto assava as brevidades
e os biscoitos de polvilho
no forno de barro
que ficava no fundo do quintal.

Hoje a minha saudade
transborda igual leite fervido
em caldeirão de alumínio.

E ainda me lembro
do cardápio do almoço
de um domingo qualquer:
macarronada, frango frito
e tutu de feijão preto
com rodelas de cebola...
...por cima.

Ainda me lembro
que o doce mais doce
é o doce de batata doce.

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