30 de novembro de 2012

Lembranças da minha avó

a cristaleira da avó
mais parecia um sacrário
não tinha nada profano
tudo era sagrado
e guardado a sete chaves

atraía os olhares de todos
ficava na copa perto da porta da cozinha
a madeira escura e antiga
paracia jacarandá
e os vidros de cristal
chamavam mais atenção

lá dentro tinha iguarias
achadas e compradas
no buteco da esquina
vinho fino para fazer xarope
canela de macaco, dente de morcego
cravo da índia, umbigo de criança
e uma caixinha de música
com uma bailarina tão delicada
quanto as lembranças da minha avó

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