30 de julho de 2008




Onde mora a poesia












Todas as vezes
Que escrevo
Um poema
Regresso
Da minha solidão.
Não há outro caminho.
A poesia
Mora
Em terrenos desérticos
Ou em montanhas muito altas
Não dá
Para andar
acompanhado
A não ser
De palavras e versos.

28 de julho de 2008

Dona América















Minha mãe
Não foi santa
Como Maria
Apesar de ser
Mulher.
Minha mãe
Foi sagrada
Porque
Sabia fazer
Doces e salgados
Como ninguém.
E abdicou-se
Do seu nome
De sua família
Veríssimo
Pra ser conhecida apenas
Como "dona América"
Do "seu Canuto".

25 de julho de 2008

haicai


Eu vi

Continua a minha homenagem à cidade de Conselheiro Pena, em Minas Gerais, no Vale do Rio Doce, que, neste mês de julho, promove uma festa digna de registro. Época em que a cidade se prepara para receber os filhos, os amigos da terra e visitantes. Parabéns organizadores e conterrâneos.














Não nasci por acaso,
Nem em um lugar qualquer.
Deus pensou em mim,
Antes da criação do mundo.
É por isso que vi cada poste de cimento
Ser fincado nas ruas da minha terra.
Vi cada fio de cobre ser esticado
Para passar a força e a luz.
Vi cada lâmpada ser enroscada
Vi o "nego Brum" calçar as ruas de pedras
Vi a construção dos prédios novos,
Da prefeitura e da cadeia pública.
Vi até o "seu Flô" jogar de beque.
E hoje fico distante e ausente
Da cidade que eu vi crescer.
E mesmo assim
Deus continua pensando em mim.

Roupa de missa

Quero prestar uma homenagem aos meus conterrâneos e idealizadores da festa que há muitos anos, sempre no mês de julho, congregam e confraternizam a nossa gente da sempre querida cidade de Conselheiro Pena, em Minas Gerais, no Vale do Rio Doce. Parabéns conterrâneos e visitantes!














Não se guardam
Lembranças na gaveta.
Quantas vezes fui visitar
A tia Placedina e o tio Benevenuto
Para atravessar o rio João Pinto Grande
Numa pinguela.

E correr o risco
De molhar os pés
Ou sujar a roupa
De assistir missa.

Mas beber água fresca
Na bica da horta
E armar as arapucas
Para pegar os pássaros
Compensavam tudo.

E embalam
A minha vida até hoje.

24 de julho de 2008

haicais