aprendi a gostar de poema
e de mim apesar desse abissal
que a vida insiste em cavar
vi o apartamento fechado
sem moveis e sem pintura
só o silêncio ao redor
não tenho os braços fortes
sou frágil igual mudança de rico
só sei guardar metáforas antigas
vasculho memória
carrego móveis
invento palavras
sonhos não abrem pálpebras.
as janelas abertas, sim!
deixam a claridade entrar no quarto
as paredes estão sujas
a vida está mais curta
e eu estou cheio de segredos
as montanhas de Minas
moldam meus passos
e as estrelas entrelaçam meus pés
a vida é cheia de apelo
só quero pele, bocas e pelos
o resto vem dos atropelos
a sala é comprida
o quarto é quadrado
e a solidão é tridimensional?
o chão é seboso e escuro
o banheiro é claro e limpo
e a porta tem duas tranca
eu tenho medo de mudar.
casar não posso mais
mas gosto de cheiro de tinta nova
30 de novembro de 2007
haicais
Postado por
Mauro Lúcio de Paula
às
15:41
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