primeiro, os rosas... e depois...

fazendo um lindo tapete
na calçada da rua
Viver é fácil. Conviver que é difícil.
A noite pode esconder
Os meus lábios feridos
Pela falta dos teus beijos.
Mas não pode aliviar
A dor que sinto no peito.
As minhas pálpebras
Ainda guardam em pouco
Da escuridão da noite
Que passei longe dos teus olhos.
A minha boca ainda sente
O gosto das águas dos mares
Que naveguei
Para encontrar o teu porto seguro.
A minha vida não é nada
Sem as partidas do teu coração
No meu peito.
Na minha casa
A mesa estava
Sempre posta.
Não faltava
A toalha de algodão
O prato de louça
O copo de vidro
A água fresca do filtro de barro.
Tudo era tão farto
Quanto o sol da manhã
Que surgia atrás do morro.
Tudo feito com esmero
Carinho e capricho
Parecia os anjos
Guardando o menino Jesus
No presépio da igreja
No final do ano.
Não faltava nada.
Tudo no seu devido lugar
Ocupando o espaço e o tempo
Das excelências
Em saber receber as visitas
E os agregados
(mensageiros dos melhores presságios).
A casa era grande, muito grande
Mas o coração da minha mãe
Maior, muito maior.
minha mãe morreu
quando eu menos precisava
de sua companhia
e ainda hoje,
tanto tempo depois,
ainda sinto sua falta.
mãe deveria ser igual
ao nosso dedo anelar
tem pouco precisão,
principalmente nos dias de hoje,
mas mesmo assim
faz muita falta.