para Luís de Paula (in memoriam)
nós somos vento
quando o silêncio apascenta a noite
e as ondas dobram os oceanos
nada mais é necessário nas horas vagas
tudo é tão solene quando há perdas
o que nos pertuba hoje,
amanhã, vem o sol e esconde a dor
mas, não apaga a lembrança
nem evapora a saudade
o gosto ocre da boca
a lágrima salgada dos olhos
e a cor mais escura da tez.
nós somos vento
o dia, às vezes, nos leva para longe
e a noite, essa companheira, aceita,
acolhe e agasalha nosso corpo cansado
quando a ausência é prolongada e definitiva.
0 comentários:
Postar um comentário