7 de maio de 2013

sidarta

ao meu amigo Agnelo Neto Santa Fé

quando a memória
acompanha o curso do rio.
rio, quase doce, que ainda não secou;
mas morre lentamente.
e fica a certeza de que tudo declina.

O sol, o saber, a canção e o rumor de águas
agitavam os nossos corações
naquelas manhãs quentes
de um dia de domingo.

a vida não tinha o peso
nem o ritmo que tem hoje
nada era tão urgente
que não pudesse esperar,
ou mesmo, ficar para depois.

a saudade é um cavalo arredio
que cavalga estrada afora
e não me deixou ver as pegadas
apenas aumentou o silêncio no caminho
e a memória conseguiu apagar a distância.

meu amigo sidarta,
as tuas palavras tinham sim, cheiros!
cheiros que guardo em caixinhas de madeira
para não os perder, nunca!

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